domingo, 30 de junho de 2013

Diagnósticos por imagem

Como eu havia prometido antes, vou falar um pouco sobre os métodos de diagnóstico por imagem quando se tem uma lesão no pé ou tornozelo. Eu não sou médica, nem especialista em radiologia, mas posso passar alguma idéia pra vocês.

Quando a gente lesiona o pé, a principal maneira de se analisar o problema, depois do exame clínico, é através dos diagnóticos por imagem.

Rx / Tomografia / Ressonância / Ultrassonografia

A depender da história que o paciente contar, se a suspeita de fratura for grande, o método de escolha é o rx. Ele é simples, relativamente barato e é disponível em qualquer clínica de ortopedia que se preze. O rx é como uma fotografia unidimensional, e é usada para a análise de tecidos duros, ou seja: lesões ósseas. Geralmente são pedidas várias incidências - com o pé em diferentes posições - para poder identificar melhor a extensão da fratura. Hoje em dia, com o rx digital, a visualização das linhas de fratura tornou-se mais nítida.

Quando se tem dúvida ou se quer analisar mais profundamente uma imagem de rx, pode ser pedida uma tomografia computadorizada. Ela também é mais específica para tecidos duros. É como se o órgão fosse radiografado externamente e internamente em camadas horizontais e verticais, fazendo com que, posteriormente seja permitida uma análise tridimensional da lesão. 

No caso de problemas nos tecidos moles, como visualizar ligamentos rompidos, tendões inflamados, bem como tumores e necrose óssea, estaria indicada a ressonância magnética. A imagem também é formada em cortes, como na tomografia.

A ultrassonografia também é indicada para avaliação de tecidos moles e articulações, mas seria uma indicação inicial, mais simples, como o rx.


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Bota Foam Walker


A minha fratura do maléolo medial teve um leve deslocamento.
Caso eu continuasse com o gesso, eu correria um certo risco de a fratura sair do lugar e eu ter que me submeter a uma intervenção cirúrgica, que no caso de ortopedia, é algo muito, muito, muito chato.
A bota Aircast Foam Walker tem um sistema semi-pneumático. Depois de calçar a bota, com a ajuda de uma bombinha, ela fica cheia de ar. Isso faz com que a bota fique bem apertadinha, imobilizando mais o tornozelo e diminuindo o risco de a fratura aumentar. Além disso, depois que a fratura consolida, a bota permite que se ande com ela, de forma que o sistema de ar faz com que a carga sobre o tornozelo seja amortecida nos primeiros passos pós-fratura.
Essa bota é cara, eu vi vendendo em média por 600 reais, mas depois de pesquisar bastante, comprei por um preço um pouco menor.
Infelizmente aqui no Brasil nem todo mundo tem condições de ter acesso a exames e tratamentos de qualidade. Não são todos os hospitais que dispõem de tecnologia digital nas imagens de rx, e o acesso à tomografia e ressonância pra quem depende do sistema público de saúde é vergonhoso. Além disso, vê-se por aí algumas condutas de tratamento duvidosas.
Portanto, peça indicações na hora de escolher um médico. Se não sentir segurança, procure outro. Se puder, não economize quando um tratamento for proposto, pois o barato pode sair muito caro. E obedeça todas as orientações dadas.
Se é pra ficar sem pisar, fique - não invente arte. Se é pra ficar seis, oito semanas imobilizado, não abandone o tratamento antes por não estar mais sentindo dor. Se é pra fazer fisioterapia, faça. Hidroterapia, faça. Como eu já disse uma vez, "disciplina é liberdade".

Será?


Assim que eu quebrei o pé, pensei logo em consultar o médico que fez a cirurgia do meu tálus. Mas como era final de semana e precisava de um tratamento imediato, fui pra uma clínica próxima pra ter idéia do que estava acontecendo e fazer uma imobilização, que é extremamente importante pra curar a lesão, fosse ela uma torção, ruptura de ligamento ou fratura.

Eu meio que sabia que era uma fratura, pois aquele barulhinho não enganava :( Me restava torcer e ter fé pra que eu não caísse no centro cirúrgico novamente.

Pra minha sorte, o médico falou que não precisava operar. Mesmo assim eu não fiquei tranquila. Queria ouvir a opinião do meu médico.

Como eu já havia postado aqui, vocês devem ter percebido que eu sou dentista. Por isso eu tenho uma certa idéia de diagnóstico por imagens. Prometo até fazer um post depois para vocês terem uma noção melhor sobre a diferença de indicação de determinados exames.

No lugar que eu fui tratada emergencialmente, o rx não era digital. Isso pode interferir completamente no diagnóstico, pois o rx digital permite uma visualização de fraturas com muito mais nitidez.

Três dias depois, me consultei com o meu médico e ele pediu o rx digital. No exame anterior parecia ser apenas duas fissuras, e no rx atual dava pra ver que as duas fissuras se uniam formando um fragmento ósseo com um certo deslocamento.

O grau de deslocamento da fratura é que determina se será preciso fazer a cirurgia para redução da fratura (colocar o osso no lugar) ou não. Se o deslocamento for pequeno, basta ficar sem pisar e imobilizado em 45 dias (em média), e o osso cola.

Daí ele me encaminhou para uma tomografia com reconstrução 3d. Até que a tomografia ficasse pronta, já totalizavam cerca de seis horas de tensão, sem saber se eu ia operar ou não.

Finalmente, ele analisou o resultado da tomografia e percebeu que não seria necessário operar, mas eu teria que usar uma bota especial ao invés de gesso, a Foam Walker.





Um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar?


Pode.
Portanto, galera, muito cuidado.
Três anos e meio depois, desde que eu criei este blog, e, consequentemente quebrei o pé, não é que eu fraturei novamente o mesmo? Fui correr de kart indoor, vi que ia bater e instintivamente tive a reação de recuar meu pé pra protegê-lo do impacto. No que eu levantei a perna, bati o pé nos pneus da pista e pude ouvir em "câmera lenta": CREEECK! CRECK! E lá estava o meu pé fraturado novamente.
Por algumas poucas horas, doía apenas ao pisar, e não inchou. Imaginei que fosse algo mais light que a fratura da vez passada. Fui dirigindo pra uma clínica, tirei um rx e lá estava: fratura de maléolo medial.
Pelo que eu me recordo, essa é uma das fraturas mais comuns do tornozelo. Mas o meu maior medo era saber se eu ia ter que operar ou não.
O médico falou que não, e disse que eu deveria ficar 4 semanas com o gesso.
Será?